A defesa do prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT) vai recorrer da decisão da Câmara Municipal de afastá-lo temporariamente do cargo durante os trabalhos da Comissão Processante (CP), que investiga denúncias do envolvimento dele em fraudes em contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento). O pedido de afastamento temporário do prefeito foi protocolado pelo vereador Valdir Terrazan (PSDB) após a Justiça liberar a Câmara para prosseguir com a CP. O afastamento foi aprovado por 28 votos a quatro na sessão da noite de quarta-feira (19).
De acordo com a assessoria de imprensa, Vilagra se reúne nesta quinta-feira (20) com seus advogados para definir como será impetrado o recurso. O vereador Josias Lech (PT), lider do governo na Câmara, disse que também espera reverter afastamento de Vilagra na Justiça. O chefe do Executivo deve deixar o cargo a partir da publicação do Decreto Legislativo no Diário Oficial do Município, que deve ocorrer nesta sexta-feira (21) ou na segunda-feira (24). Imediatamente, assume a prefeitura o presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT) – o primeiro vice-presidente da Câmara, Thiago Ferrai (PTB) assume a Casa.
Interesses políticos
O diretor da Faculdade de Ciências Sociais da Puc-Campinas, Pedro Lemos, acredita que o afastamento de Demétrio pode ser ainda mais prejudicial para a administração de Campinas. “Mesmo respondendo à Justiça, o atual prefeito tem acertado as arestas da administração. A substituição dele pelo presidente da Câmara vira uma incógnita, pois não é um partido forte, então não sabemos como será”, explica.
Segundo Lemos, o afastamento de Demétrio deve-se também a questões políticas.“O afastamento do prefeito, as migrações de partido, no meu ponto de vista os vereadores estão preocupados com as eleições de 2012 e temem que o PT se fortaleça em Campinas”, acrescenta.
Trabalhos
O prefeito Demétrio Vilagra trabalha normalmente nesta quinta-feira em seu gabinete na Prefeitura de Campinas. O prefeito se reuniu com seu secretariado nesta manhã.
A assessoria do prefeito informou que há tarefas e prazos que precisam ser cumpridos. Ainda segundo a assessoria, ‘assuntos referentes ao PAC precisavam ser assinados nesta quinta, senão Campinas correria o risco de perder a parceria federal’.