Moradores do Solar de Brasília relatam transtornos, trânsito e medo de acampamentos bolsonaristas na porta de casa; mensagens vazam e viram pauta nacional
Por Sandra Venancio – Foto Valter Campanatto/Agencia Brasil
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro transformou a tranquilidade do condomínio Solar de Brasília em um palco de tensão, buzinas e troca de farpas virtuais. Conversas vazadas de um grupo de WhatsApp de moradores revelam irritação com a movimentação de apoiadores e apreensão com a possibilidade de protestos fixos na portaria. “Podia levar para a Papuda!”, disparou um vizinho, em meio ao caos.
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De acordo com o jornal O Tempo — informação confirmada pelo UOL —, o conteúdo das mensagens foi extraído do grupo “Assuntos Gerais Solar bsb”, que reúne moradores do condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar.
Segundo os relatos, o trânsito chegou a se arrastar mesmo depois das 23h, com moradores enfrentando dificuldades para acessar suas casas. Aglomerados de curiosos e apoiadores se formaram na portaria, gerando filas e insegurança.
“Não dá para viver assim, parece que estamos sitiados”, lamentou uma moradora. Outro participante ironizou: “Podia levar para a Papuda, lá tem segurança e ninguém perde o sono.”
Há também preocupações explícitas de que grupos pró-Bolsonaro montem acampamento no local, repetindo o cenário observado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, após as eleições de 2022.
O caso Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última segunda-feira (4) que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra prisão domiciliar. A decisão foi motivada por descumprimento de medidas cautelares relacionadas às investigações sobre tentativa de golpe de Estado e ataques às instituições democráticas.
Entre as restrições já impostas estavam a proibição de contato com investigados, uso de redes sociais e participação em atos políticos. Moraes entendeu que Bolsonaro violou repetidas vezes essas ordens, justificando a mudança de regime de liberdade.