Campinas está entre as cidades do interior com alta taxa de poluição do ar causada pelos veículos automotores, de acordo com o relatório de janeiro de 2017 da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Segundo os dados, a Estação Campinas-Taquaral apresentou o maior número de ultrapassagens do padrão de ozônio entre os meses de janeiro a setembro de 2016 comparado às outras cidades do interior e litoral.
Outro estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em mais de três mil cidades, em 103 países revelou, que mais de 80% da população urbana mundial vive em áreas com alta taxa de poluição do ar. Dentre as 45 cidades analisadas no Brasil, Campinas, Americana, Paulínia e Piracicaba aparecem com níveis de poluição piores do que o aceitável pela OMS.
Nos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, o assunto já ganha relevância com o crescimento expressivo da frota veicular que circula diariamente na região aumentando consideravelmente as substâncias tóxicas. Segundo informou a Empresa Municipal de Desenvolvimento (EMDEC), a frota motorizada nos distritos em 2015 era de aproximadamente 894 mil veículos automotores, sendo 1.222 ônibus, 993 taxis e 127.550 motocicletas. A frota do transporte escolar cadastrado na cidade é de 1.538 veículos. A média de crescimento da frota é de 4,6% (cerca de 4 vezes a taxa de crescimento populacional). A frota de 2015 cresceu 1,5% em relação ao ano anterior.
Só em 2013 na cidade de São Paulo foram emitidas em 423 mil toneladas de CO (que é o principal gás de efeito estufa emitido por veículos), 72 mil toneladas de NMHC, 192 mil toneladas de NOx, 5,4 mil toneladas de MP, 15 mil toneladas de SO2 e 1,6 mil toneladas de aldeídos, todos poluentes tóxicos.

Risco à saúde
A contaminação do ar devido a concentrações elevadas de partículas inaláveis (MP10) e de partículas inaláveis finas (MP 2,5), que contêm sulfato, nitratos e carbono negro, representa o principal risco ambiental para a saúde e aumentam por conta da falta da qualidade do ar.
Para a OMS, cidades com ar limpo devem apresentar no máximo 10 microgramas de MP 2,5 por metro cúbico. As partículas de fuligem, sob a denominação geral de material particulado (MP 2,5), devido ao seu pequeno tamanho, mantêm-se suspensa na atmosfera e pode penetrar nas defesas do organismo e ocasionar irritação dos olhos, garganta, pele, dor de cabeça, enjoo, bronquite, asma, acidente vascular cerebral, doença cardíaca e doenças respiratórias agudas atingindo os alvéolos pulmonares.
Nas cidades do interior, incluindo Campinas, houve ligeiro aumento do MP 2,5 nas concentrações médias comparado aos anos de 2015 e 2016, o que está associado ao longo período de estiagem observado entre o final do mês de junho até a primeira quinzena de agosto de 2016, segundo o relatório da CETESB.
O valor está acima de 20 microgramas de MP 2,5, mais que o recomendado pela OMS e considerado prejudicial à saúde. A poluição do ar causou mais de três milhões de mortes prematuras no mundo, todos os anos, segundo o 3º Relatório Global.