Guilherme Derrite terá que explicar ao Ministério Público origem dos recursos usados para construir imóvel de luxo em Porto Feliz, que supera em quase quatro vezes seu patrimônio declarado
Foto Divulgação ALESP
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), foi notificado pelo Ministério Público Estadual para prestar esclarecimentos sobre a construção de uma mansão avaliada em R$ 3 milhões, em um condomínio de alto padrão na cidade de Porto Feliz. O valor do imóvel é quase quatro vezes maior do que o patrimônio declarado por ele à Justiça Eleitoral em 2022.
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A investigação do MP-SP busca apurar a origem dos recursos utilizados por Derrite para financiar a construção do imóvel de luxo, localizado em um dos condomínios mais exclusivos da Região Metropolitana de Sorocaba. Em sua última declaração de bens, feita durante a campanha para deputado federal em 2022, o atual secretário informou possuir R$ 812 mil em patrimônio total — valor consideravelmente inferior ao custo estimado da nova residência.
Guilherme Derrite foi eleito deputado federal pelo PL em 2022, mas deixou o cargo ao ser nomeado secretário estadual de Segurança Pública pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A construção da mansão chamou a atenção de promotores após denúncias e reportagens que apontavam possível incompatibilidade entre o padrão de vida atual do secretário e sua evolução patrimonial recente.
O Ministério Público agora busca documentos que comprovem a legalidade dos recursos empregados na obra, incluindo contratos, declarações de renda, financiamentos e movimentações bancárias. Caso sejam identificadas inconsistências, o caso pode evoluir para uma investigação formal por possível enriquecimento ilícito ou improbidade administrativa.
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública afirmou que Guilherme Derrite “tem renda compatível com os gastos e que todos os recursos utilizados são lícitos e declarados”. A nota diz ainda que ele está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades.
O caso reforça o aumento da vigilância sobre o patrimônio de agentes públicos em cargos estratégicos e levanta questionamentos sobre a transparência e a fiscalização dos bens declarados por políticos no Brasil. A apuração ainda está em fase inicial e corre sob sigilo.
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