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Sem inventário de bens, procuradores da Lava Jato e Sérgio Moro somem com R$ 22 bi

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A operação Lava Jato que levou o Brasil ao caos com o fechamento de grandes empresas e o fim de investimentos em obras, resultando em 4,4 milhões de empregos extintos e fez o país perder R$ 172 bilhões em investimento, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), feitos a pedido da CUT,  trouxe ainda mais prejuízos. Hoje se descobre que os procuradores da 13ª Vara de Curitiba (PR), responsáveis pela operação, “sumiram” com R$ 22 bilhões – dinheiro público.

Cadê o dinheiro?

O “sumiço” do dinheiro foi detectado numa inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ainda constatou que a gestão feita pelo ex-juiz e atual senador, Sergio Moro era bastante caótica. Ele e os procuradores, sequer, fizeram um inventário dos bens e do dinheiro, oriundos de acordos de colaboração e de leniência firmados com o Ministério Público e homologados por Moro. Não se sabe onde foram guardados todos os itens apreendidos, como obras de arte, e não foi possível identificar uma série de bens e recursos, entre eles os confiscados no exterior. A informação é do colunista Lauro Jardim, de O Globo.

Em setembro deste ano o Tribunal de Contas da União (TCU), já havia concluído que os R$ 22 bilhões foram movimentados sem que houvesse qualquer preocupação com transparência pelos procuradores, que inclusive quiseram criar um Fundo de bilhões oriundos da Petrobras, que seriam administrados por eles para, em tese, ajudar a combater a corrupção.

A destruição de empregos

Na época do lançamento do estudo do Dieese, em 2021, o presidente da CUT, Sérgio Nobre já havia afirmado que a operação tinha o objetivo de possibilitar a implementação de um projeto que beneficiava os interesses estrangeiros sobre o petróleo brasileiro.

A Petrobras, assim como grandes outras empresas, foi o principal alvo da operação, ressaltou Sérgio. “Desde o início dessa operação, nós já dizíamos que empresas não cometem crimes, pessoas sim. E são elas que têm que ser investigadas e punidas. Não as empresas”, disse o presidente da CUT.

Somente no setor petrolífero o país deixou de receber cerca de R$ 104,3 bilhões em investimentos durante o período. A estatal que hoje se recupera dos prejuízos sob a gestão de Jean Paul Prates, chegou a fazer acordos para pagar US$ 853,2 milhões aos norte-americanos para evitar ações na justiça dos EUA.

setor naval também foi duramente atingido pois a Petrobras encomendava aos estaleiros, dutos, navios e plataformas para suas subsidiárias, como a Transpetro, e esses investimentos acabaram. A destruição se iniciou após o golpe de 2016, com Michel Temer e a operaçao Lava Jato praticamente pôs uma pá de cal no setor. Só na indústria naval, 60 mil foram demitidos. Para cada desempregado direto do setor, outros quatro postos de trabalho da cadeia produtiva foram fechados – mais 240 mil trabalhadores.

A construção civil foi o setor mais atingido pela Lava Jato com a perda de 1,1 milhão de postos de trabalho. Para se ter uma ideia da destruição, cada moradia do Minha Casa, Minha Vida, emprega quatro trabalhadores, além de outros na cadeia produtiva, como na indústria do cimento. Se levarmos em conta de que se fossem investidos apenas os R$ 22 bilhões sumidos, seria possível construir mais de 111 mil moradias do programa que custam em média R$ 180 mil.

“Quando a Lava Jato extinguiu grandes empresas e cessou investimentos na infraestrutura, ela desmobilizou a reserva de mão de obra disponível para o desenvolvimento do país, que caiu numa depressão brutal. Perderam os trabalhadores e a sociedade”, diz Claudio Gomes, o Claudinho, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (CONTICOM-CUT)

Para Claudinho, a operação Lava Jato tinha o único intuito de prender o presidente Lula e tirá-lo da disputa eleitoral de 2018, mas os procuradores descobriram que também poderiam auferir recursos.

“Os acordos nos Estados Unidos, as inúmeras buscas e apreensões dentro das empresas se transformaram num capital que poderia ser apropriado, pois os procuradores da operação eram considerados por parte da população os ‘paladinos da justiça’. Com isso eles acharam que poderiam sair impunes”, declara Claudinho.

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