
Decisão surpreende meio político americano e reacende debate sobre uso de poder presidencial para beneficiar aliados republicanos
Por Sandra Venancio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta sexta-feira (17) que comutou a pena do ex-congressista George Santos, político de origem brasileira condenado a mais de sete anos de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado. A medida determina a libertação imediata do ex-parlamentar, que cumpria pena em um presídio federal desde o início do ano.
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Em mensagem publicada nas redes sociais, Trump afirmou que Santos demonstrou “coragem, convicção e inteligência por sempre votar republicano” e justificou a decisão alegando que o ex-deputado estaria sendo “terrivelmente maltratado” na prisão. “Por isso, acabei de assinar uma comutação, libertando George Santos da prisão, imediatamente. Boa sorte, George, tenha uma ótima vida!”, escreveu o presidente.
A comutação de pena reduz o tempo de prisão, mas não extingue a condenação. Segundo a rede ABC News, o gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Leste de Nova York, responsável pelo caso, preferiu não comentar a decisão presidencial.
Expulso da Câmara dos Representantes em 2023 — tornando-se o sexto congressista na história dos EUA a perder o mandato —, Santos havia admitido ter roubado identidades de 11 pessoas, incluindo familiares, e usado os dados em um esquema de arrecadação fraudulenta de campanha. O político também foi acusado de se beneficiar financeiramente de doações e de explorar brechas no sistema partidário para enriquecimento pessoal.
A decisão de Trump ocorre em meio à campanha republicana para as eleições de 2026 e deve gerar novas discussões sobre o uso político do perdão presidencial. Especialistas apontam que a medida pode reforçar a ligação entre Trump e figuras do partido envolvidas em escândalos judiciais, alimentando críticas de favorecimento e impunidade.