Moradores se assustam com a grande quantidade de peixes mortos no rio
Rafael Libertini
No dia seis de abril, foram encontrados cerca de ½ tonelada de peixes mortos no rio Atibaia. Esse rio abastece 95% da população de Campinas. Atualmente recebe resíduos de estações de tratamento de esgoto de Valinhos que são jogados no Ribeirão Pinheiro, que desenboca no Rio Atibaia. As fortes chuvas elevaram o nível d’água, removeram o lodo e alteraram o ciclo de oxigênio que, limitado, causou a morte dos peixes. Os moradores se assustaram ao ver os animais boiando no rio.
Segundo o funcionário da ARDS(Associação de Remo do Distrito de Sousas), Antonio Silva, o nível do Rio Atibaia subiu cerca 1 metro com as chuvas da madrugada de segunda. Mesmo se não chover em Sousas, as que atingem Valinhos, interferem em todo o nível e ciclo de vida do rio, principalmente na região de Sousas, onde existe risco de enchente. “O lixo é visível no rio, basta parar na ponte principal de Sousas e observar as diversas garrafas pets, plásticos e outros resíduos flutuando em seu percurso. Muita gente que mora nessas casas, nas margens do rio, armazena lixo nos quintais de casa, muitos dos quais estão localizados nas encostas. Quando o nível d’água sobe leva o lixo para o rio”, disse Antonio.
A quantidade absurda de peixes mortos surpreendeu todos os moradores de Sousas, que paravam na ponte principal do centro do distrito para observar o desastre ecológico. Por volta das 16:00 horas, a Guarda Municipal de Sousas avisou a CETESB e logo um técnico da companhia foi ao local coletou uma amostra da água para ser levada ao laboratório e ser analisada.
A assessoria da CETESB informou que a amostra analisada estava em condições normais e que o motivo da morte dos peixes não foi nenhuma contaminação e sim a própria chuva. Mas descartou a possibilidade da poluição contribuir na falta de oxigênio também, pois segundo a assessoria da companhia, os resíduos que contaminam o Ribeirão Pinheiro que desemboca no Atibaia é outro assunto que não vem ao caso no momento.
O presidente da ARDS, Rubens Godói, acredita que a causa foi a chuva forte da madrugada de segunda, pois há seis anos na presidência, já viu muitas coisas do gênero acontecerem. “Quando chove muito, o lodo do leito do rio é removido, faltando então oxigênio para os peixes, mas a poluição industrial também prejudica o ecossistema do rio. Deve-se tratar a água e destratá-la. Mas isso não acontece, falta fiscalização. Quando chove muito forte, falta oxigênio. A própria poluição do leito do rio contribui também. Não precisa de veneno ou produto químico para matar os peixes”, disse Rubens.