Pacientes têm papel preponderante na prevenção de situações que envolvam eventuais complicações médicas
Publicada na revista Veja uma matéria séria e bem embasada trouxe à discussão novamente o tema “Erro Médico”, um assunto dia após dia banalizado, na mesma proporção em que se esvazia a discussão a esse respeito.
No entanto, os pacientes têm um papel preponderante na prevenção de situações que envolvem as complicações eventuais dos mais diversos tratamentos disponíveis para as mais diferentes doenças ou queixas. Jamais a cautela e o cuidado superaram uma boa cirurgia ou uma droga de última geração.
Há, sem dúvida, como em qualquer profissão, médicos de melhor ou pior qualidade técnica, de formação profissional insuficiente ou até de conduta moral questionável. Evitar ser tratado por um doutor assim garantirá uma chance consideravelmente maior de sucesso em busca da cura. Para tanto, a escolha inicial do seu médico é crucial para seu sucesso na busca da solução da sua queixa.
É, no entanto, a partir da primeira consulta, que os problemas podem começar a serem evitados. É neste momento que uma verdadeira parceria deve ser estabelecida: tanto o cliente quanto seu médico têm o mesmo objetivo, a cura. Para tanto, quando determinada atitude é tomada frente a um quadro de doença, problemas estéticos ou diagnósticos, deve ficar claro que ambos, cliente e profissional, estão decidindo e assim, assumindo os eventuais riscos inerentes a qualquer procedimento médico.
Saiba qual a formação acadêmica, as qualificações do seu médico para realizar a terapia proposta, pergunte sobre experiências anteriores, sucessos e insucessos, consulte os órgãos representativos (Conselhos Regional e Federal de Medicina, Sociedades de Especialidades), faça todas as perguntas que julgue, ou não, pertinentes. Lembrando sempre: ali começa um vínculo duradouro, que só persiste pela franqueza e confiança mútuas.
Neste momento, certo de que o melhor e mais capacitado médico já cuida de seu caso, procure mais detalhes sobre as técnicas a serem empregadas em seu tratamento, consulte (por que não?) pessoas que já se submeteram a procedimentos semelhantes, informe-se, leia, pesquise (a Internet é uma ferramenta poderosa, mas seu conteúdo é mais comercial que científico, consulte seu médico sobre boas fontes de busca). Principalmente, certifique-se da diferença entre “erro”, “complicação” e “mau resultado”.
Não é raro atender clientes que sequer sabem o nome do médico que prestou atendimento prévio ou que tratamento está sendo indicado.
Mudar de médico no meio do caminho porque os resultados parecem não aparecer só prejudica. Imagine se o mais comum fosse o oposto: de repente, ao ligar ou visitar seu médico de confiança, descobre que, por um motivo qualquer, seu tratamento deve ser acompanhado por outro profissional.
Carlos Tucci é médico ortopedista especialista em coluna, formado pela Puc Campinas. Fez residência e especialização na Escola Paulista de Medicina. Tucci faz parte da Equipe de Ortopedia do Hospital Madre Theodora, é o responsável pela área de Cirurgia de Coluna do Hospital e é Assistente do grupo de Coluna da Puc Campinas.