Foto Ricardo Stuckert
Após mais de 24 horas de viagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na tarde desta quinta-feira (18), em Hiroshima, no Japão. A agenda de compromissos é extensa. Entre sexta (19) e domingo (21), Lula participa de três reuniões temáticas da cúpula estendida do G7. O grupo reúne sete das oito principais economias do mundo.
Em Hiroshima, na primeira reunião bilateral de uma série de encontros que teremos no Japão. Conversei pela 1º vez com o primeiro-ministro da Austrália, @AlboMP. Desde 2018 não havia encontro entre nossos países. Falamos sobre a ampliação das relações Brasil – Austrália, a Copa do… pic.twitter.com/3Jq0pOS86f
— Lula (@LulaOficial) May 19, 2023
Essa é a sétima vez que o brasileiro é convidado para a cúpula do G7. As outras foram ao longo de seus mandatos anteriores como presidente da República. O Brasil, porém, não era chamado a participar há 14 anos. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no Japão para participar das reuniões setoriais do G7 entre ministros da Fazenda, Economia e Finanças do países-membros. Foi a primeira vez que um ministro brasileiro foi convidado.
“A nossa participação no G7 é de grande interesse para os empresários japoneses que querem o aumento das exportações do Brasil e o estreitamento das relações comerciais com o Mercosul” disse o ministro da fazenda Fernando Haddad, na cidade Niigata, sede do encontro. pic.twitter.com/Jw1350rSDC
— Ministério da Fazenda (@MinFazenda) May 11, 2023
Agenda na cúpula do G7
As reuniões setorias e estendidas fazem parte da agenda paralela dos encontros do grupo. Formado na década de 1970, o G7 tem como objetivo debater e coordenar estratégias em comum sobre os assuntos de interesse global. Participam dele, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A União Europeia também integra a reunião como “membro não elencado”. Das oito maiores economias do planeta, apenas a China, com a segunda maior, não participa.
https://twitter.com/LulaOficial/status/1659243529636282396?s=20
Segundo a agenda já divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula participará de três sessões de debates temáticos com os países do G7, com as presenças dos próprios presidentes e primeiros-ministros dos países da cúpula. O Itamaraty aponta que, entre os principais temas a serem abordados, estarão a segurança alimentar, os problemas causados pela inflação e o alto endividamento das nações em desenvolvimento. Assim como ações de combate às mudanças climáticas, fortalecimento do sistema mundial de saúde e a guerra na Ucrânia.
Encontro com Joseph Stiglitz, Nobel de economia. O Brasil volta a ser um parceiro estratégico importante nas mesas de negociação para os países mais ricos do mundo. Encontro do G7, no Japão. pic.twitter.com/ETDVBnGueA
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) May 12, 2023
Seis encontros bilaterais
Além disso, o presidente cumprirá uma intensa agenda com pelo menos seis encontros bilaterais. As reuniões começam já nesta sexta, com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese.
Já às 22h de sexta – no horário de Brasília –, Lula fará uma reunião com o presidente da Indonésia, Joko Widodo. No sábado (às 5h55 no Brasil e 17h55 no Japão), o petista terá o terceiro encontro bilateral, desta vez com o presidente da França, Emmanuel Macron. Em paralelo aos eventos do G7, no mesmo dia, Lula se reunirá também com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.
No terceiro dia da viagem, o presidente do Brasil acompanhará todos os chefes de delegação e seus cônjuges em uma visita ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima na manhã de domingo. O evento inclui uma cerimônia de deposição de flores no local, em homenagem às vítima da bomba atômica de Hiroshima, há 78 anos.
Na sequência, às 10h30 (22h30 de sábado no Brasil), ocorre a terceira e última reunião de trabalho da cúpula do G7. Por volta das 14h30, no horário local, Lula se reúne com o secretário-geral da ONU, António Guterres. E, às 15h15, com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh. Ainda são esperadas reunião com os chefes de Estado do Canadá e Índia.
It was a pleasure to meet with Brazil’s Minister of Finance Fernando Haddad today. We share a common bond as representatives from the two largest democracies in the Americas and we are excited to have you joining the G7 at these meetings. pic.twitter.com/0NyGazTxyx
— Secretary Janet Yellen (@SecYellen) May 11, 2023
Parceria comercial
O brasileiro tem uma agenda confirmada também com um grupo de empresários japoneses e representantes do banco de financiamento JBIC. De acordo com o Palácio do Planalto, a lista inclui representantes dos conglomerados Mitsui, NEC, Nippon Steel e Toyota.
O Brasil e o Japão tem uma parceria tanto comercial quanto cultural. A segunda maior comunidade de descendentes de japoneses, com mais de dois milhões de pessoas vive em território nacional. Enquanto que o país asiático abriga a quinta maior comunidade de brasileiros no exterior, com cerca de 204 mil pessoas. O comércio entre os dois países vem crescendo ano a ano. Em 2022, o comércio entre os dois países foi de US$ 11,9 bilhões, um aumento de 11,4% em relação a 2021, por exemplo.
O Japão foi o 10º maior parceiro comercial do Brasil no último ano e o 3º na Ásia, atrás de China e Índia. Entre os produtos brasileiros mais exportados estão milho, minério de ferro, carne de frango, café, alumínio e soja. Em contrapartida, o país importa autopeças, compostos químicos, máquinas e equipamentos japoneses.
Antes de embarcar de volta para o Brasil, na segunda (22), Lula fará uma coletiva de imprensa às 8h – 20h de domingo no horário de Brasília.