Declaração de Israel Katz contraria termos de cessar-fogo aceito pelo Hamas e pode comprometer acordo negociado com mediação de Trump
POR SANDRA VENANCIO
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou neste domingo (12) que as Forças de Defesa de Israel (FDI) manterão operações militares na Faixa de Gaza mesmo após a liberação de reféns, contrariando termos do cessar-fogo aceito pelo Hamas.
Segundo Katz, o foco do país, após a fase de devolução dos sequestrados, será a destruição completa dos túneis utilizados pelo Hamas em Gaza. A posição oficial israelense, no entanto, contradiz os termos do acordo proposto pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a retirada gradual das tropas israelenses como parte do processo de pacificação
O cessar-fogo, aceito pelo Hamas, inclui ainda a formação de uma força policial árabe — composta por militares da Jordânia, Egito e Emirados Árabes Unidos — para administrar Gaza após a desocupação israelense. Todos os três países mantêm relações diplomáticas formais com Israel e atuariam como garantidores da estabilidade regional.
Nesta segunda-feira (13), está prevista uma troca simultânea de reféns israelenses e palestinos, além da realização da Cúpula da Paz do Egito. O evento deve contar com a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de chefes de Estado árabes e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
O Hamas, no entanto, recusou participar da conferência por se opor a uma das cláusulas centrais do acordo: a exigência de desmilitarização total das forças palestinas. Essa condição tem sido apontada como um dos principais entraves para a efetivação de uma solução política duradoura na região.