“Gravíssima a suspeita de fraude envolvendo pequenos e médios municípios nas eleições de 2024. Democracia se constrói, acima de tudo, com transparência e honestidade”. Assim a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, classificou as irregularidades reveladas pela Polícia Federal (PF) e publicadas pelo jornal Folha de São Paulo que apontam para um esquema de cooptação em massa de eleitores entre municípios.
“A compra de votos em massa por meio da transferência coletiva e ilegal de títulos de eleitores entre uma cidade e outra, pode ter sido decisivo para o resultado nas urnas. Vamos acompanhar a investigação da Justiça Eleitoral e da PF”, escreveu Gleisi em seu perfil na rede social X, após a Folha publicar reportagem sobre as prisões decretadas pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal a partir de investigações em todo o Brasil devido às transferências em bloco de domicílio eleitoral.
Em agosto, a PF deflagrou a Operação Águas Rasas devido à suspeita de fraude em 126 transferências de título para a cidade, todas por meio de comprovantes falsos, alguns emitidos pela empresa de água e esgoto do estado. De acordo com a polícia, o suspeito de produzir os documentos era um servidor público e candidato a vereador, informou a Folha.
Goiás
Ainda segundo a Folha, Goiás foi o estado com o maior número de cidades que elevaram em mais de 20% o número de pessoas aptas a votar. Entre as 19, Guarinos foi a que registrou maior aumento de eleitores (46%), е Davinópolis, onde o eleitorado oficial (4.405) é mais do que o dobro do que toda a população contada pelo IBGE.
“Além das ações judiciais, eleitores em vários estados foram presos em flagrante tentando transferir o título com documentação falsa. Em Correntina (BA), por exemplo, a juíza eleitoral da região chamou a polícia em abril após duas pessoas supostamente tentarem promover a fraude no cartório eleitoral”, divulgou o jornal.
A Folha listou ainda vários outros casos como Divino das Laranjeiras (MG), com 4.178 habitantes e eleitorado de 4.968 pessoas, e também cidades em que a Justiça cancelou transferências de votantes por terem apresentado como prova de residência contas de luz falsas.