A dengue voltou a fazer vítimas fatais em Campinas. A Secretaria de Saúde confirmou nesta quarta-feira (2) mais seis mortes, elevando para 17 o total de óbitos pela doença só em 2025. Os casos reacendem o alerta para o avanço silencioso do mosquito e a demora no combate efetivo ao surto.
De acordo com o balanço oficial, os óbitos ocorreram entre 14 de março e 18 de maio, mas só agora foram confirmados. A Prefeitura lamentou as mortes e se solidarizou com as famílias, ressaltando que o desfecho da doença pode ser influenciado por fatores como o atendimento precoce, manejo clínico e condições de saúde pré-existentes das vítimas.
Apesar disso, moradores reclamam da lentidão no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, que se multiplica em terrenos baldios, calhas entupidas e até dentro de casas, especialmente durante períodos de chuva e calor.
“É o mesmo filme todo ano. Prometem mutirão de limpeza, mas continuam os focos de criadouros em qualquer lugar. A gente fica com medo até de abrir a janela”, reclama uma moradora da região Noroeste, área com alta incidência de casos.
Com os seis novos registros, Campinas soma agora 17 mortes por dengue em 2025 — um dado alarmante que já ultrapassa a média histórica de anos anteriores e indica que o surto deste ano pode se agravar ainda mais se não houver uma resposta mais agressiva do poder público.
Autoridades de saúde reforçam a importância de a população eliminar possíveis criadouros e procurar atendimento imediato diante dos primeiros sintomas: febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas na pele e cansaço extremo.
Enquanto isso, famílias inteiras convivem com o medo e a incerteza: até quando Campinas vai enterrar vítimas de um mosquito que poderia ser combatido com ações simples?
Casos de Morte por Dengue em Campinas 2025
- Janeiro a Fevereiro: 0 mortes registradas oficialmente, mas surtos de casos confirmados em bairros como Campo Grande e Ouro Verde.
- Março: 1ª onda de óbitos — primeiros 5 casos fatais entre 10 e 31 de março.
- Abril: Surto avança — +6 mortes confirmadas, total chega a 11.
- Maio: Mais 6 mortes (14 de março a 18 de maio), total chega a 17.
- Junho: Autoridades alertam para risco de alta no inverno por criadouros não eliminados.