Teerã, 25 – O governo do Irã declarou nesta terça-feira que suas instalações nucleares foram “gravemente danificadas” por ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos no último fim de semana. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, em entrevista coletiva transmitida pela TV estatal.
Segundo Baghaei, os bombardeios comprometeram estruturas sensíveis em ao menos três localidades estratégicas: Fordo, Natanz e Isfahan, onde funcionam as principais unidades do programa nuclear iraniano. O governo de Teerã, no entanto, não especificou o alcance exato dos danos nem revelou o número de vítimas.
“Esses ataques violam o direito internacional e colocam em risco a estabilidade regional. Nossas instalações foram seriamente atingidas”, disse o porta-voz.
Operação “Midnight Hammer”
Fontes do Pentágono confirmaram a operação militar, batizada de “Midnight Hammer”, que envolveu sete bombardeiros B-2 lançando bombas bunker buster GBU-57A/B, projetadas para penetrar estruturas subterrâneas. Mísseis Tomahawk disparados de navios no Golfo Pérsico também teriam sido usados no ataque.
De acordo com autoridades americanas, o objetivo foi atrasar o avanço do programa nuclear iraniano, após alertas de inteligência indicarem um possível enriquecimento de urânio acima dos níveis permitidos pelo acordo nuclear de 2015, do qual os EUA se retiraram em 2018.
Divergência sobre os danos
Enquanto o Irã fala em danos graves, fontes do governo dos EUA afirmam que os ataques causaram um atraso de meses, mas não eliminaram completamente a capacidade nuclear do país. Especialistas independentes, com base em imagens de satélite analisadas após os bombardeios, relatam danos superficiais visíveis, mas afirmam que as áreas subterrâneas podem ter resistido.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) solicitou acesso aos locais atingidos, mas até o momento não foi autorizada a realizar inspeções.
Repercussão internacional
O ataque reacendeu tensões diplomáticas no Oriente Médio e provocou reações de aliados e adversários. A China e a Rússia condenaram a ação militar norte-americana, enquanto Israel apoiou a ofensiva, alegando que o Irã representava “uma ameaça existencial”.
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para esta quarta-feira, onde o tema será debatido.