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terça-feira, novembro 11, 2025
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Furacão Melissa devasta Cuba após destruir Jamaica e é classificado como o mais forte do século no Caribe

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Com ventos de até 195 km/h, Melissa atinge o leste cubano após arrasar a Jamaica; mais de 700 mil pessoas foram evacuadas, e governo fala em “danos extensos e madrugada muito difícil”

POR SANDRA VENANCIO


O furacão Melissa tocou o solo cubano na madrugada desta quarta-feira (29), horas depois de devastar a Jamaica como uma das tempestades mais poderosas já registradas no Atlântico. Mesmo rebaixado para a categoria 3, o fenômeno chegou à província de Santiago de Cuba com ventos de até 195 km/h, causando destruição em larga escala, inundações e deslizamentos de terra, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

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De acordo com o NHC, a tempestade perdeu força ao atravessar o mar do Caribe, mas manteve potencial destrutivo. Por volta das 5h (horário de Brasília), os ventos caíram para 165 km/h, ainda dentro da faixa considerada extremamente perigosa. O órgão norte-americano alertou para uma “maré de tempestade com risco de vida”, que pode elevar o nível do mar em até 3,6 metros e provocar enchentes repentinas.

Na Jamaica, o governo afirmou que a ilha foi devastada e disse esperar que o furacão ‘tenha tirado algumas vidas’. Foto Wikimedia Commons

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, declarou que o país enfrenta “danos extensos” e descreveu a madrugada como “muito difícil”. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, ele afirmou que “ninguém será deixado para trás e nenhum recurso será poupado para proteger a vida da população”. O líder cubano pediu que os cidadãos permaneçam em abrigos e evitem circular nas ruas até que as autoridades confirmem a estabilização das condições meteorológicas.

Mais de 735 mil pessoas foram evacuadas preventivamente nas províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín e Las Tunas. Segundo a Defesa Civil cubana, equipes de emergência estão mobilizadas para resgates e reparos de infraestrutura, mas muitas áreas seguem isoladas por alagamentos e quedas de árvores.

A Agência France-Presse (AFP) informou que ruas e casas foram inundadas, com relatos de destruição de telhados e apagões em diversas cidades. A energia elétrica foi cortada em várias regiões como medida preventiva, para evitar acidentes durante o impacto do furacão.

Na Jamaica, onde Melissa chegou com ventos próximos de 300 km/h e categoria 5, meteorologistas locais classificaram o evento como “a tempestade do século”. O governo jamaicano ainda não divulgou um número oficial de mortos, mas reconheceu que há “grande probabilidade de vítimas fatais” e perdas materiais severas.

O diretor do NHC, Michael Brennan, alertou que Melissa ainda deve atravessar o norte do Caribe, atingindo as Bahamas e, possivelmente, Bermudas, até o fim da quarta-feira. “É provável que ocorram inúmeros deslizamentos de terra nessas áreas, além de inundações catastróficas”, afirmou.

Meteorologistas norte-americanos e caribenhos afirmam que Melissa pode se tornar um marco histórico na era moderna dos furacões, tanto pela intensidade quanto pelo rastro de destruição em duas ilhas em menos de 48 horas.

O furacão mais poderoso do Atlântico em duas décadas

De acordo com registros do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), Melissa é o furacão mais intenso no Atlântico desde Irma (2017), que chegou à categoria 5 e devastou ilhas do Caribe e parte da Flórida. Os ventos de 300 km/h registrados na Jamaica colocam Melissa entre os cinco furacões mais fortes já medidos na região desde o início dos registros modernos, em 1851.

O Centro de Pesquisa de Clima e Oceanos da Universidade de Havana apontou que o aquecimento anormal das águas do Caribe, cerca de 1,8°C acima da média histórica, contribuiu para o rápido fortalecimento da tempestade. Especialistas alertam que o aumento da temperatura dos oceanos, associado às mudanças climáticas, tende a tornar eventos como Melissa mais frequentes e violentos.

Nos últimos 10 anos, furacões de categoria 4 e 5 se tornaram 40% mais comuns no Atlântico Norte, segundo estudo publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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